Escrevo para matar saudades, escrevo para deixar as minhas palavras algures, pode ser que sirvam de alguma coisa, nem que sirvam de consolo à partida. Aqui poderei divagar sobre um turbilhão de pensamentos, emoções e sentimentos, sem ferir nenhuma alma, sem me ferir a alma igualmente.
Vozes de burro não chegam ao céu, talvez seja essa a razão de tamanho sufoco, para que nem um gemido,sussurro até, consiga dar para se poder notar o quanto tudo doí. Se à partida gostava que notassem para que pudesse ter apoios de tão celebres personalidades, neste momento desisto...e apenas não desisto de
TUDO por não ser pessoa para isso. As surpresas veem acompanhadas da desilusão e da tristeza. A paga de todos os males está a ser cobrada a pronto, não existe forma de pagar suavemente erros, arrependimentos e os seus afins.
Abro os braços à depressão e à solidão que se deitam na mesma cama que eu....
Não serão bem vindos, mas o que poderei fazer?
Poderei educamente acompanhá-los a porta, deixando entrar a felicidade por exemplo....mas essa tarda em aparecer.
Se explusar, terei decididamente que abandonar este reino.
É este o quotidiano de sentimentos mistos e distintos, uma cabeça 'bamba', alma desfeita, olhar distante e cabisbaixo.
Frágil como um pergaminho, tão pensador quão sonhador, distante quanto o céu, sorrisos por simpatia não por convicção, coração acorrentado...
O muro ergue-se abruptamente entre as nuvens fazendo-me encolher, por sua vez de tal forma imperial tornando incapaz de o sobrepor, de o ultrapassar, de seguir em frente.
Peço forças para o derrubar ou simplesmente o passar e seguir em frente.
Perguntas com milhentas respostas em hipótese, dúvidas mutiplicam-se velozmente, certezas escassas.
Não percebo o texto que acabei de escrever, não percebo o que há em mim....como poderei estender a mão pedindo ajuda se nem eu me percebo? Embora sonhe com compreensão.Como poderei sequer gritar por algo?
Peço desesperadamente que a luz se acenda...
ON ao som de Patrice - Don't Cry